Oi, eu sou o Diogo Souza

Sou escritor e jornalista, autor dos livros Novo Rumo, Encontro com o Cara do Espelho, Sobrevivendo a um Relacionamento Abusivo e O Amor não é para Covardes (em reedição).

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Minha escrita é cura, não arma (Cara do Espelho #13)

Curioso pensar nisso depois do passar dos anos, pois, muitas vezes, me vali de alguma habilidade de escrita para carregar um texto qualquer de intenções diversas para atingir algo ou alguém. Um desejo primitivo de ataque, uma vontade infantilizada de incomodar e autoafirmar. Nunca fui adepto de guerras declaradas, todas me foram sempre muito frias. Inominadas. Assíncronas.


Minha escrita é dom, presente divino a qual devo respeito e devoção. A culpa que, de tempos em tempos, me assola por não escrever e, por consequência, não ser lido, me atinge de maneira existencial, dolorosa — pura autocomiseração. Já me foi dito, em carne e em espírito, que minha escrita deve curar. A começar por mim mesmo. Então, mesmo quando o ímpeto me direciona para algum ataque qualquer, me deparo com essa lembrança sutil de que, sob meus dedos estão teclas, não gatilhos bélicos.


Quem for atingido por um texto meu, que seja atravessado por um abraço, um aperto de mão, um sorriso compreensivo. Um cúmplice discreto e anônimo. Não posso me permitir escrever farpas, afinal elas doem até para sair.


Notas no Espelho

Para acompanhar esse texto

A ilustração de hoje foi mais um achado do Pinterest. Apesar de, no pin original, o autor não estar mencionado, a ferramenta de pesquisa por imagem do Google Imagens me salvou novamente. O ilustrador italiano Joey Guidone se descreve como dono de um estilo vibrante e lúdico, percebido pelo uso de cores fortes e a mescla de elementos da natureza com referências à cultura pop.



A ilustração em questão me chamou a atenção e me fez pensar em algo que estudei semestre passado sobre a crise da narração: o narrador moderno (e o pós-moderno também) detentor de informações múltiplas, mas pobre em experiência na comparação com o narrador clássico. Mas isso é um mergulho muito profundo que me permito adiar.


O site de Joey Guidone está aqui, neste link.


Pensando nos entraves da minha escrita

A ideia de sempre escrever um bom texto esbarra numa dificuldade um tanto quanto paralisante: o maldito perfeccionismo. Ele que me faz olhar para uma ideia e pensar: eu não vou conseguir fazer um texto bom e completo sobre isso. A ideia da tarefa parecer grande demais até alcançar um alto nível é mesmo desanimadora, me afastando do propósito de escrever de verdade. Ainda ontem, senti isso quando decidi escrever sobre culpa pelo ócio. Anotei a ideia e logo abandonei porque teria que acionar muitas camadas.


Ao me dar conta do que minha mente estava fazendo, reabri a página de edição e, logo abaixo do título, anotei ideias gerais sobre o assunto e fiz perguntas guias para escrever a crônica. Só o fato de ter ido além do título e dividido “a grande tarefa” em uma série de pequenas outras tarefas, o texto já pareceu menos distante, menos impossível. Uma pequena decisão mudou o rumo que aquele pobre ideia teria.

Diário de Bordo

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