Durante as ultimas semanas, houve um tipo de resgate às minhas próprias tradições ritualísticas de final de ano. Digo resgate, pois o poder de enxergar significado nos acontecimentos, de qualquer natureza, parecia haver se perdido em definitivo em alguma parte de minha existência. As vitórias, as derrotas, os acertos e os tropeços, todos pareciam emitir o mesmo zumbido indescritível.
Se a princípio, nada parecia possuir muito sentido, seja em termos de razão, significado, sentimento, direção; agora, ressurge uma sensação abstrata, porém quase tangível, de aura. É pura e simplesmente a vida voltando a fazer sentido. Nenhuma frase escrita sem o propósito de avançar o parágrafo. Nenhum parágrafo presente que não seja fundamental para o capítulo e assim por diante. Nenhum excesso, nenhuma ausência.
É a vida que se rearranja e envia sinais tão sutis que quase se perdem na insensibilidade material de nossos olhos, mas que se registra em nossa alma, onde ainda repousam tantos outros mistérios. Muito foi revelado, muito foi ocultado. Tudo foi sentido e, portanto, vivido. E isso vale a pena. Viver vale a pena! Bem-vindo, 2025!
Diogo Souza,
Em 01 de janeiro de 2025